A Justiça negou um novo recurso e manteve a decisão de levar a júri popular três pessoas da mesma família acusadas de um ataque a uma residência em Peixoto de Azevedo, que terminou com duas mortes e deixou outras duas vítimas feridas.
O crime, ocorrido em 21 de abril do ano passado, foi registrado por câmeras de segurança e chocou a população local.
Os réus são a pecuarista Inês Gemilaki, seu filho, o médico Bruno Gemilaki Dal Poz, e o cunhado dela, Eder Gonçalves Rodrigues. Eles estão presos e respondem por dois homicídios qualificados e duas tentativas de homicídio qualificadas.
O juiz João Zibordi Lara, da 2ª Vara de Peixoto de Azevedo, assinou a decisão, publicada nesta segunda-feira (10), mantendo a pronúncia dos acusados. A data do julgamento ainda será definida.
A defesa de Inês e Bruno tentou argumentar que eles deveriam ser absolvidos da tentativa de homicídio contra Enerci Afonso Lavall, apontado como alvo principal da família. O motivo alegado foi a "ineficácia absoluta do meio", sustentando que não havia munição suficiente para concretizar o crime.
O magistrado reconheceu que Inês não teria como cometer o crime por conta dessa limitação, mas manteve a acusação contra Bruno, por haver indícios de que ele efetuou disparos com uma espingarda calibre 12 contra a vítima. O juiz também considerou que Inês teve participação ativa no ataque, ao agir em conjunto com Bruno.
Além disso, o pedido da defesa para afastar a qualificadora de "motivo fútil" foi negado. A acusação aponta que o crime teria sido motivado por um desacordo financeiro referente à locação de um imóvel pertencente a Enerci, que moveu uma ação de cobrança contra Inês.
O ataque resultou na morte dos idosos Pilson Pereira da Silva, de 65 anos, e Rui Luiz Bogo, de 57. O padre José Roberto Domingos foi atingido na mão e sobreviveu, assim como Enerci Afonso Lavall.
Com a decisão judicial, os três réus agora aguardam a definição da data para serem julgados pelo Tribunal do Júri.