O aumento dos jogos de azar online trouxe à tona uma triste realidade: a ilusão de enriquecer rapidamente a qualquer custo. Milhares de pessoas se arriscam, muitas vezes colocando em jogo suas casas, carros e até a própria vida, em busca de ganhos financeiros que possam aliviar suas dívidas e proporcionar luxos.
Influenciadores digitais têm alimentado essa esperança, promovendo plataformas como o "Jogo do Tigrinho" como se fosse uma via rápida para o sucesso.
Mateus da Silva, conhecido como Gbzin nas redes sociais, ostentava um estilo de vida luxuoso, até que sua fortuna, fruto de lucros ilícitos com o jogo, foi apreendida pela Polícia Civil do Ceará, no âmbito da Operação Jackpot.
Outro caso relevante é o das "Patricinhas do Tigrinho", influenciadoras de Luziânia (GO), que usavam sua imagem para promover os jogos, enquanto recebiam benefícios sociais como o Bolsa Família. Elas foram alvo de mandados de busca e apreensão por suspeitas de estelionato e lavagem de dinheiro.
Esse cenário revela um problema mais profundo: a ludopatia, ou vício em apostas, que se assemelha ao vício em substâncias como a cocaína. A psicóloga Marlêide Borges alerta que a ilusão de controle e a promessa de ganhos fáceis tornam o jogo um ciclo vicioso.
Com o fácil acesso ao jogo online, o vício se espalha de maneira silenciosa, afetando indivíduos sem que amigos e familiares percebam.
Tragicamente, alguns acabam indo tão fundo nesse ciclo de perdas que recorrem ao suicídio. De acordo com a Polícia Civil, ao menos quatro casos em São Paulo estavam ligados a apostas online.
O impacto emocional da perda de grandes quantias pode se tornar insuportável, levando à desesperança e ao isolamento.
A psicóloga destaca que, para tratar a ludopatia, é necessário o apoio da família e a intervenção profissional. Identificar sinais de alerta, como isolamento e irritabilidade, e oferecer acolhimento sem julgamentos são essenciais para que os viciados possam reconhecer o problema e buscar ajuda. Inf Metrópoles